O problema é seu, resolva!

Diariamente nos deparamos com problemas. Quantas vezes, quando nos lamentamos de algo, não ouvimos a frase clichê: “todo mundo tem problemas”.


Tem os que reclamam porque tá com unha encravada, aqueles que não tem dinheiro pra comprar um sapato novo, o que não pode ir jantar no camarões toda semana, a mocinha que não vai ao salão fazer a escova da semana porque a mãe não deu a mesada... Isso tudo é bem idiota, mas é problema pra muita gente.

Existem aqueles que envolvem o sentimental, a que chora porque perdeu o namorado, o outro porque sua bonificação não saiu junto com o salário, tem o que tá num emprego bacana, mas prefere ficar em casa coçando o saco...

Há problema pra todos os tipos, cores e gostos. E, aquele que tem o problema, o potencializa de acordo com sua necessidade e, sempre acha que toda pessoa que o ouvir vai ter a fórmula perfeita para resolver, ajudar, lhe mostrar o caminho a percorrer e como deve fazer. No final das contas, o problema está dentro de cada um de nós e, muitas vezes o problema somos nós.

Não adianta procurar fórmulas prontas, elas não existem. Não procure quem possa resolver, o problema é seu, resolva você. Não adianta fugir, ele vai te perseguir até que seja consolidado.

Por falar em fugir, como você foge dos seus problemas?

Já bloqueei o problema no msn, já busquei esquecê-los enquanto leio um livro ou ouço uma música, quando parei de frente ao mar, olhei pro céu e contemplei as estrelas... Porém, nenhuma dessas alternativas foi mais eficiente do que enfiar o problema em todo copo de cerveja, cachaça ou whisky, essa é a fuga mais, digamos, efetiva.

É, também, a que te causa mais dor, te traz mais vazio, lhe afunda, deprime, humilha e no fim, não resolve é nada. Apenas te traz novos problemas, cria novos abismos entre você e você mesmo e, quando você para, olha e vê a que ponto chegou, dói muito mais do que se você tivesse tentado resolver o bendito do problema.

Sempre tive essa consciência e sempre afundei minha cara na cana, porque era nesse momento que eu pensava estar em paz, de fato estava, aquelas horas da embriaguez me tiravam da sintonia, porém, me levava pra outra que no dia seguinte eu gostaria de ter apagado.

Hoje, tenho visto amigos que nunca se quer tomaram um porre, tinham aversão à bebida, procurando esse mesma válvula de escape, sei que não posso interferri, tem situações que nem tento, ora acho que devem passar pra não pular a etapa, ora acho que fazem pra chamar alguma atenção, ora penso em beber com eles... No entanto, me vejo preocupada por saber que não vão ganhar nada com isso, mas que os instantes de prazer que podem desfrutar vai amenizar o sofrimento.

No último final de semana eu fugi de novo, fugi de casa, da vida urbana. Nada de msn, orkut, twitter, nada de bar, álcool, shows até amanhecer o dia... nada de super produções, saltos que me acabam... nada do mesmo.

Caminhada, leitura, filme, rabiscos, diário, banho de mar, muito sol, churrasquinho pra rever amigos de longe, jantar cuscuz com ovo no chão da sala com os primos-irmãos, paparicos com a cunhada que tá carregando “pedrinho”, piadas sem graça na varanda, o vento na cara, o cabelo cheio de cloro...

Foi uma fuga tão prazerosa, enriquecedora, que eu poderia fugir assim todos os finais de semana se possível.

Antes de deitar, uma última olhada pela janela, onde puder ver o céu, contemplar uma estrela que insistia em brilhar, sentir a brisa do vento, as cortinas batendo e o barulho do mar...



Gabi D.