Nota de repúdio:
Na minha época de criança a gente brincava na rua de polícia e ladrão, saía escondido pra praça, fazia os esquemas de paquerar, mas só podia beijar selinho... Ia num show ou festa com um responsável, não podia ingerir bebida alcoólica e ficava feliz apenas em estar ali com os amigos.
Acho até que fui muito precoce. Meu primeiro show, fui com meu tio-irmão, tinha míseros 11anos e um sonho de ver Durval Lelys. Foi meu presente de aniversário. Depois daí, virei rata de vila folia, mas sempre com o mesmo propósito, me divertir com as amigas.
A gente vai crescendo, o número muda e os propósitos também, ou ao menos, deveria.
Nunca fui a favor de brigas, tumultos, estragar a festa alheia e, conseqüentemente a minha.
No entanto, os propósitos nunca mais foram os mesmos.
As crianças já não brincam mais, elas traficam, se prostituem, fazem filhos. Os adolescentes, por sua vez, roubam, matam, já são os donos do pedaço. Com esse ciclo de vida, os adultos, nem chegam a isso, de fato.
O crime, a violência, impunidade... evolui, se especializa, está antenado com as vantagens que o mercado tende à lhe oferecer.
Governantes, estado, federação, esses que um dia se propuseram à combatê-los pararam no tempo.
A que ponto chegamos?
O que está acontecendo com os jovens de hoje?
Eu estaria pegando pesado se o chamassem de animais?
A diversão de hoje é espancar quem discorda da sua opinião? É matar? Roubar, estuprar?
Ah, não, claro que não.
Diversão é você fazer uma faculdade bancada pelo seu pai, viajar três, cinco, dez vezes por ano, trocar de carro de acordo com a estação, freqüentar os bares e boates da vez e, principalmente, usar Hollister.
Se você não se enquadra em algum desses pré-requisitos, impostos pela "nossa" sociedade, sorry baby, você não passa no padrão de qualidade.
Eu disse qualidade foi?
Acho que perdi a referência do que é qualidade.
Não se surpreenda com a verdade, não seja hipócrita, não há nenhuma criança idiota aqui.
Nós, pais, amigos, filhos, escola, fabricamos os animais que vemos hoje.
Isso é Brasil, Nordeste, Rio Grande do Norte - Natal, infelizmente, o caso aconteceu aqui e, acontece todo dia nos quatro cantos do mundo.
Até ontem, o caso do playboy/pittboy que agrediu uma estudante era comentado com revolta nas redes sociais, telejornalismos sensacionalistas local.
Agora ele tomou outras proporções, é notícia no portal G1 e, só agora, é que o delegado vai ouvir o agressor.
Agressor esse que não foi em nenhum momento interceptado, sabe por quê?
Porque geral deve ter pensado: deixa o cara, é a "mina" dele, eles se entendem...
Teve quem pensou: briguinha de namorado, já já tão se "pegando" de novo...
Outro motivo: ainda São poucas as mulheres que não toleram isso. Existe uma grande maioria que leva beliscão, tapa, porrada e ficam caladas, vai chorar no banheiro, porque não tá louca de terminar com o "maia" ou "gadelha" e deixar de ter pré-requisito para estar na rodinha da corja potiguar.
O que são umas pancadinhas diante dos presentes, passeio de 4x4 pelo litoral, final de semana em pipa, churrasquinho nos parrachos?
O que eu quero deixar claro é que, sou mulher, sei como elas pensam, agem, atuam. Não estou generalizando, tampouco faço esse perfil, mas posso enumerar e não são poucas, as que saem com o propósito de "descolar" um playboy "rico", de preferência com carro e usando Hollister.
Já vi situações que só tem o dinheiro da entrada, morre a noite com a boca seca, se não aparecer que pague a conta.
Mas, o negócio é estar na rodinha e tirar a foto pro bob flash.
Os jovens tão sem limites, vivendo de aparência, status e tendo seu comportamento alimentado por uma sociedade cada vez mais banalizada.
A atitude do agressor nunca será justificada. Nunca que eu defenderia um idiota desses.
Quero mais é que ele continue badalando na noite natalense e seja espancado até juntar todos os seus pedaços.
E alguém pode dizer: Poxa, Gabi, não pense assim, não se resolve na mesma moeda.
Você que se perguntou isso, te pergunto: resolve como? Não existe justiça na porra desse país!
Parabéns à estudante que demonstrou ser diferente das mulheres que estamos acostumados a ver, me fez ter orgulho de ser mulher e, principalmente, gritou para o mundo o que lhe aconteceu, na tentativa de não deixar mais essa imunidade passar.
Mulheres, valorizem-se! Não deixe que idiotas como esse Rômulo possam nos tratar dessa forma.
A gente pode ser a diferença que queremos ver.
Gabi D.
Na minha época de criança a gente brincava na rua de polícia e ladrão, saía escondido pra praça, fazia os esquemas de paquerar, mas só podia beijar selinho... Ia num show ou festa com um responsável, não podia ingerir bebida alcoólica e ficava feliz apenas em estar ali com os amigos.
Acho até que fui muito precoce. Meu primeiro show, fui com meu tio-irmão, tinha míseros 11anos e um sonho de ver Durval Lelys. Foi meu presente de aniversário. Depois daí, virei rata de vila folia, mas sempre com o mesmo propósito, me divertir com as amigas.
A gente vai crescendo, o número muda e os propósitos também, ou ao menos, deveria.
Nunca fui a favor de brigas, tumultos, estragar a festa alheia e, conseqüentemente a minha.
No entanto, os propósitos nunca mais foram os mesmos.
As crianças já não brincam mais, elas traficam, se prostituem, fazem filhos. Os adolescentes, por sua vez, roubam, matam, já são os donos do pedaço. Com esse ciclo de vida, os adultos, nem chegam a isso, de fato.
O crime, a violência, impunidade... evolui, se especializa, está antenado com as vantagens que o mercado tende à lhe oferecer.
Governantes, estado, federação, esses que um dia se propuseram à combatê-los pararam no tempo.
A que ponto chegamos?
O que está acontecendo com os jovens de hoje?
Eu estaria pegando pesado se o chamassem de animais?
A diversão de hoje é espancar quem discorda da sua opinião? É matar? Roubar, estuprar?
Ah, não, claro que não.
Diversão é você fazer uma faculdade bancada pelo seu pai, viajar três, cinco, dez vezes por ano, trocar de carro de acordo com a estação, freqüentar os bares e boates da vez e, principalmente, usar Hollister.
Se você não se enquadra em algum desses pré-requisitos, impostos pela "nossa" sociedade, sorry baby, você não passa no padrão de qualidade.
Eu disse qualidade foi?
Acho que perdi a referência do que é qualidade.
Não se surpreenda com a verdade, não seja hipócrita, não há nenhuma criança idiota aqui.
Nós, pais, amigos, filhos, escola, fabricamos os animais que vemos hoje.
Isso é Brasil, Nordeste, Rio Grande do Norte - Natal, infelizmente, o caso aconteceu aqui e, acontece todo dia nos quatro cantos do mundo.
Até ontem, o caso do playboy/pittboy que agrediu uma estudante era comentado com revolta nas redes sociais, telejornalismos sensacionalistas local.
Agora ele tomou outras proporções, é notícia no portal G1 e, só agora, é que o delegado vai ouvir o agressor.
Agressor esse que não foi em nenhum momento interceptado, sabe por quê?
Porque geral deve ter pensado: deixa o cara, é a "mina" dele, eles se entendem...
Teve quem pensou: briguinha de namorado, já já tão se "pegando" de novo...
Outro motivo: ainda São poucas as mulheres que não toleram isso. Existe uma grande maioria que leva beliscão, tapa, porrada e ficam caladas, vai chorar no banheiro, porque não tá louca de terminar com o "maia" ou "gadelha" e deixar de ter pré-requisito para estar na rodinha da corja potiguar.
O que são umas pancadinhas diante dos presentes, passeio de 4x4 pelo litoral, final de semana em pipa, churrasquinho nos parrachos?
O que eu quero deixar claro é que, sou mulher, sei como elas pensam, agem, atuam. Não estou generalizando, tampouco faço esse perfil, mas posso enumerar e não são poucas, as que saem com o propósito de "descolar" um playboy "rico", de preferência com carro e usando Hollister.
Já vi situações que só tem o dinheiro da entrada, morre a noite com a boca seca, se não aparecer que pague a conta.
Mas, o negócio é estar na rodinha e tirar a foto pro bob flash.
Os jovens tão sem limites, vivendo de aparência, status e tendo seu comportamento alimentado por uma sociedade cada vez mais banalizada.
A atitude do agressor nunca será justificada. Nunca que eu defenderia um idiota desses.
Quero mais é que ele continue badalando na noite natalense e seja espancado até juntar todos os seus pedaços.
E alguém pode dizer: Poxa, Gabi, não pense assim, não se resolve na mesma moeda.
Você que se perguntou isso, te pergunto: resolve como? Não existe justiça na porra desse país!
Parabéns à estudante que demonstrou ser diferente das mulheres que estamos acostumados a ver, me fez ter orgulho de ser mulher e, principalmente, gritou para o mundo o que lhe aconteceu, na tentativa de não deixar mais essa imunidade passar.
Mulheres, valorizem-se! Não deixe que idiotas como esse Rômulo possam nos tratar dessa forma.
A gente pode ser a diferença que queremos ver.
Gabi D.
Comentários
Postar um comentário