Vivas para mainha!

Hoje é dia do céu festejar a sua moradora mais TUDO, na minha opinião logicamente.

Há 22 anos mainha subiu, há 22 eu tenho aprendido diariamente a lidar com o sentimento da saudade, da solidão, do vazio, do apego, com tudo aquilo que vem do amor de mãe, especificamente da minha mãe.

Durante todo esse tempo a vida me deu várias mães, pessoas que tenho um carinho enorme, que jamais esquecerei e que sou eternamente grata por me fazerem sentir parte das suas famílias, do seu convívio, de um lugar nos seus corações.

Boa parte desse tempo, ainda muito criança e uma adolescente difícil, eu briguei com Deus, eu questionei muito, me rebelava sempre que possível, queria entender todos os por quês possíveis e imagináveis. 

Muito embora alguns esqueçam e prefiram parar no tempo, a ordem natural das coisas é a gente crescer, né? Daí, quando a gente cresce o número muda.

Eu cresci cedo demais, talvez. Ou não. Prefiro acreditar que cresci no tempo certo. Tudo na vida tem o seu propósito e é nisso que prefiro me apegar agora. 

Hoje não comemoro a sua partida. Comemoro seus 22 dois anos de vida celeste.

Nesse tempo, também, eu vivi a vida, um dia de cada vez, sempre com os pés no chão e, sabiamente tirando dela todas as lições que pudessem me tornar um ser humano de bom coração, bom caráter; uma profissional ética e competente;  uma amiga que todos pudessem contar e confiar; uma sambista, sonhadora, metida a escritora e doida. 

Se eu ainda sofro e choro? Ahhhh, apesar de ser um tanto fria, dura e o que quer que pensem, aqui bate um coração e eu tenho sentimentos sim. Se ainda sinto saudade? Vixe... demais da conta, as vezes nem cabe em mim.  

E quando levamos uma rasteira da vida? Só dá vontade de correr pra casa, deitar no colo dela e 'vomitar' tudo que aconteceu.

Aí, a ficha cai de novo. A ficha não vai deixar de cair nunca. É um aprendizado diário, cabe a você extrair as melhores lições e não esquecer das piores, assim, não corre o risco de cometê-las.

Dói, você se desespera, fica aflito, por vezes, diversas vezes, chora, acha que não conseguirá seguir. Mas, o tempo, esse sim é um grande aliado.

Tempo esse sabiamente descrito na letra "O Tempo é mistério", que deixo para vocês:

"Em outros lugares será que tem vida pra gente sambar?
Aonde existam palavras amigas pra nos consolar
O tempo é mistério
Mas tem um segredo pra nos revelar
Paciência é remédio
Mas sem fundamentos pra morte explicar
Ô Pai
Conforta as famílias que sentem saudade
Restaura a fé e a felicidade
Ô Pai
Explica...pra quem suplica
É dura a partida
Mas tem a hora certa pra gente vencer
São léguas tiranas
Caminhos e pedras que fazem doer.."

https://www.youtube.com/watch?v=YnOBZCDuNEk

Composição: André da Mata e Djow Lins
Interpretação: Mumuzinho


Gabi D.