Como é se apaixonar?




Muitas vezes, você tá ali, desacreditada do amor e da perspectiva de amar/ser amada. 

Você já tentou, já sofreu, já chorou. Em alguns vezes foi feliz, achou que agora era pra valer, aí... bastou alguns dias, ou semanas, quem sabe um mês e o negócio desandou... 

Por vezes, nessa sua busca incessante de querer encontrar o cara ideal, você usou aquele velho clichê: enquanto não encontro o certo, vou me divertindo com os errados, acertei?

Não precisa ser nenhum guru para saber disso. Quão imaturo e infantil somos todos nós que já pensamos isso.

E quando você é carente? É, principalmente se for mulher, mulher tem um negócio chamado carência, que ô bichinho nojento. Aí, as mais fracas, se apaixonam todo final de semana. E desapaixonam na proporção com que trocam de roupa.

Ou então as mais neuróticas, se vê beirando os trinta e sai pra balada como se fosse a última noite, idealizando um mantra que diz: hoje eu tenho que descolar. E, descolam, mas... Assustam o parceiro porquê no dia seguinte quer conhecer a família, namorar e planeja casar e ter filhos em 1 ano.

Homem se apaixonando é o mais engraçado, eles procuram a mulher conto de fadas, aquela que tem o corpo mais lindo, sarado, que o cabelo não balança com o vento e que estão usando umas roupas nada a ver, mas vale, ela tá na moda. Aí, eles saem para azarar as gatinhas e se dão conta, que talvez fosse mais fácil procurar no centro de artesanato uma boneca de porcelana, que são lindas, frágeis e ocas por dentro, talvez gastassem bem menos do que manter uma boneca humana.

Apaixonar-se assim qualquer um se apaixona. Todos os dias se for preciso.

Mas, apaixonar-se de verdade, de mexer com você profundamente, de sentir-se bobo, sorridente, naquele estágio que todas as músicas te fazem lembrar o outro, que você que nunca teve pretensão de ser poeta,  se pega rascunhando versos, do tipo que o coração sente a pulsação do outro, que os olhos dizem tudo sem você precisar abrir a boca, de quanto você se sente um completo idiota, capaz de nem acreditar que tá fazendo aquilo e mesmo assim, faz feliz da vida, afinal, apaixonar-se é estar em estágio de idiotice mórbida.

É desse tipo de paixão que tô falando...

Quem tiver o privilégio de sentir qualquer um desses sintomas, deve ajoelhar-se e agradecer a Deus, eles são puros, verdadeiros, coisa de gente grande. 

Quando você sente todos eles ao mesmo tempo, é uma dádiva. É presente de Deus. 

Me pego pensando: se faz tão bem pra quem sente toda essa paixão nascendo, brotando e crescendo dentro de si, como deve ser pra quem recebe tanto sentimento verdadeiro, tantas ofertas gratuitas de afeto???

Sim, apaixonar-se é isso, é uma via de mão de dupla, o sentimento pra crescer, germinar, e brotar precisa que seja regado ou ele morre.

Não vamos confundir idiotece com burrice, quando sentir-se apaixonado por alguém, se você se encaixa num desses pré-requisitos da idiotice mórbida, tente, se permita, talvez você esteja sendo contemplado para viver uma linda história de amor. Se não, é só não cuidar e nem regar, que vai morrer. 

De qualquer forma, prefira cuidar do seu jardim à brincar com bonecas, até porquê a gente cresce e o número muda.


Gabi D.

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