Seu olhar!



Eu sempre preferi escrever à falar. Acredito até hoje que sou melhor com as palavras escritas e a forma como eu as manipulo.

Atitude? Adoroooo. Acho de uma grandeza ímpar quem as tem. Eu não tenho.

Sou covarde, medrosa, tímida. E, não é difícil me ver passar pra dentro umas boas doses para me liberar disso e, quem sabe, criar a tal atitude.

Embora disfarçada, a  pseudo coragem dá uma de fênix e ressurge das cinzas. A gente esquece o medo e desconhece a timidez.

Que bela bosta, quando passa o efeito, de cara lavada, lápis e papel na mão, tento consertar.

Aí, é só deixar o coração o falar. Dispensa qualquer revisão ortográfica. Dispensa, sobretudo, a razão. Sou pura emoção.

Entretanto, tem algo que ‘me ganha’ muito além da atitude e/ou a falta dela. É o “seu olhar”.

 “foi o seu olhar o que me encantou, quero um pouco mais desse seu amor”.

Um olhar pode mudar tudo. Às vezes tem algo estranho no ar, só de olhar pra um amigo você já percebe o que porventura está acontecendo. Num show, por exemplo, você tá lá curtindo uma música e troca olhares com alguém que só vocês sabem o que aquela música representa.

Num olhar você descobre amores ou entende definitivamente o quão estranhos são.

É bem por isso que dizem que os olhos são a janela do coração ou da alma, não sei bem. Se bem que coração e alma se confundem e às vezes nos faz crer que são a mesma coisa. Afinal, não imagino alguém sem coração tendo alma ou o contrário.

E foi exatamente o “seu olhar” que me inspirou a escrever, como aprendi com o xará Gabito*:  “Cada coisa, só de olhar, me suscitava uma ansiedade irresistível de escrever para não morrer. Um transe de inspiração, essa palavra abominável mas tão real que arrasa tudo que encontra pela frente”.

Foi um olhar diferente, que dizia muita coisa ou talvez não dissesse nada, mas me fez sentir e quando faz sentir, faz sentido.

“Só de me encontrar com seu olhar, já mudo tudo”...

Gabi D.

Dica de música:

*Gabriel García Márquez, escritor Colombiano.



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