Todo mundo quer amar, isso é fato. Ser amado também está na lista de 11 em cada 10 pessoas.
Até mesmo aquelas pessoas que fazem a linha "bem resolvida" / "solteirão convicto", lá no seu íntimo, em meio aos medos, anseios, desilusões e pressão dos amigo, esconde o desejo de ter/ser um amor.
Há quem diga que amor é assunto polêmico e bastante complexo, logo, prefere não se interessar. Há quem sinta medo, se feche e acredite que sozinho tudo é mais prático. Se não amar, também não há de sofrer.
Clarice Lispector, por sua vez, fazia do amor um cálculo matemático, errado, diga-se de passagem. "Pensava que, somando as compreensõe, estava amando. Não sabia ela que, somando as incompreensões é que se ama verdadeiramente."
Entretanto, num mundo cada vez mais superficial, as relações estão ficando artificiais, consequentemente os amores de hoje são cada vez mais descartáveis.
Enjoa-se rápido, termina-se fácil, se afastar sem uma explicação é tão comum quanto respirar.
É bem verdade que, nesse mundo atual, as pessoas tem preferido trocar de amor, ou seja, descartá-lo à ter que consertá-lo.
As pessoas estão afobadas, sem paciência, imersas num imediatismo que, pulam-se etapas. Somando a isso carência, vulnerabilidade, ansiedade e excesso de autoconfiança, contentam-se com migalhas, com fragmentos, com outras pessoas nada concretas.
Como sustentar ou saber lidar com uma relação nesses moldes?! É como se você quisesse construir o 1º andar sem estruturar o alicerce. Vai desabar. Consequentemente, é mais fácil começar uma nova construção do que consertar essa.
Realmente, devo concordar com a Lispector, quero um amor cheio de incompreensões à ter que me sujeitar ao amor descartável. Processo de reciclagem pode demorar muito e causar danos irreversíveis.
Eu quero sim amar, quero o sexo com tesão, desejo e não por obrigação, quero deitar juntinho e balançar na rede, trocar beijos apaixonados sob a luz do luar, andar de mãos dadas por aí, quero rir. Quero além, quero segurar a onda quando o outro não tiver bem, compartilhar dos problemas, chorar junto com as tristezas, dar colo, respeitar o seu espaço, compreender o seu mau humor.
Enfim, sei que haverá brigas, desentendimentos, vamos sofrer, nos magoar, ficar até sem se falar, porém, haverá, principalmente, companheirismo, cumplicidade, parceria, respeito é verdade, pois essas serão as nossas bases. Com elas teremos sempre a chance de cosertar a nossa construção e fazer os melhores reparos.
Eu quero mesmo é "me apaixonar todos os dias nas alegrias e amar verdadeiramente nas turbulências."
Gabi D.
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