Venho querendo escrever sobre isso faz um tempo mas, me faltavam as palavras. Não sei se era medo de lidar com as consequências que isso acarretaria.
Não chamo de carta aberta. Seria se eu à dedicasse.
Talvez seja só mais um texto. Ou pode ser visto como um desabafo, afinal eu e zilhões de usuários recorre às redes sociais pra isso, né?!
O fato é que, nesses 33 anos que andei vivendo nesse mundo de meu Deus, muitas pessoas entraram e saíram da minha vida. Assim como, eu entrei e saí da vida de muitas pessoas.
Algumas pessoas eu deixei ir. Outras eu lutei para que ficassem. Umas foram e depois voltaram. Outras eu dei por morta mesmo. Foi melhor assim.
Dia desses eu conversava com uma amiga sobre as relações de amizade e os interesses que a norteiam. Sim, tudo é uma troca. A vida é essa via de mão de dupla em que muitas vezes há quem insista em mão única.
E você sabe que o escambo é saudável quando você dá, sem querer nada troca e depois vem a retribuição. Nome disso para quem não conhece é reciprocidade.
Quando não há reciprocidade, meu povo, não há relação. Você pode lutar, relutar, tentar, mas chega uma hora que você desiste.
Como eu tava dizendo lá no começo, eu relutei pra escrever isso, pois sabia que no dia que acontecesse não haveria mais tentativa. Não da minha parte.
E não é com raiva que chego à esse desfecho. É com a certeza de que tentei, por vezes, mas a gente cansa.
A gente vai atrás, dá o primeiro passo, busca... uma, duas, três vezes. Mas da quinta em diante já é um pouco demais, né?!
Foi em novembro 2015 que eu vi a minha melhor amiga pela última vez.
De lá pra cá ensaiamos algumas falas, apenas por whats app.
Todas, absolutamente todas iniciadas por mim.
Já não nos ligávamos mais (todos os dias), não éramos mais vistas sempre juntas nos lugares, nem frequentávamos mais a casa uma da outra. Embora ela tenha a chave da budega da gabis até hoje.
Ela era a minha pessoa, sabe? Se você assiste Greys Anatomy vai entender o que digo. Era muito mais que amizade, existia parceria, irmandade.
Lembro de uma ligação Ainda antes dela escolher sair que, eu chorando dizia: "não faça igual a fulana, por favor, não vou suportar mais uma."
Ela me prometeu que não. Só prometeu.
Passei por uma crise de pânico, venho tratando a ansiedade, tenho medos, angústias, sonhos... não tenho mais ela pra compartilhar, como era com tudo. Até com uma dor de barriga inusitada num shopping qualquer.
Passou meu aniversário, passou o Dela e não estávamos lá.
Soube que ela noivou por um print que recebi de um amigo. Agora soube que ela ficou grávida porquê vi no instagram de outra colega. E lembro de quando conversávamos sobre filho. Quantos queríamos ter? Falava dos meus Gêmeos, perguntava se ela preferia ser madrinha de Levi ou de Malu. Dizia que a bichinha ia ter o cabelo ruim e ela teria que pentear com toda sua paciência.
Isso tudo dói e dói muito. Mas, não tô escrevendo isso para me vitimizar. Apenas para compartilhar uma dor.
Gostaria de mostra-lhes esse exemplo de quão é doloroso desapegar-se de alguém que amamos. Entretanto, é necessário.
E sei que muitas pessoas vão se identificar com minha história.
Eu nessa minha busca incessante pela minha paz, equilíbrio e de não depositar energia onde não não valia à pena deixei o tempo colocar as cosias no lugar. E, vez em quando, quando via um texto ou mensagem que me lembrava ela e aquele tal lance de "melhores amigas" eu mandava pra ela.
Durante toda a minha vida quando acreditava numa pessoa e/ou relação eu tentava, pois achava que valia a pena. Sobretudo, quando eu sabia que eu tinha vacilado. Nunca tive problemas em reconhecer. Em pedir desculpas ou perdão.
Mas, dessa vez não!
Não fui eu quem escolheu sair. Não fui quem escolheu não ter tempo. Não fui eu quem escolheu não mais ligar e nem responder. Não fui eu.
No ciclo de oração que eu frequento, conversei muitoooo sobre esse caso, fui aconselhada a deixar de seguir nas redes sociais, procurar não ver nada dela e pedir aos mais próximos que não falasse sobre, pois agravava meu quadro de ansiedade.
Quantas vezes minha psicóloga me disse que eu só devo me preocupar com o que depende de mim? E ainda assim eu deixava isso me desestabilizar. Como me disse, também que, não sou insubstituível, por mais que eu tente, vai chegar uma hora que não serei mais interessante e/ou conveniente e daí serei trocada. Simples assim!!!
Então, é chegada a hora de seguir. Eu já superei tantas perdas, essa não pode me consumir mais, não é mesmo? A gente tem que respeitar quando alguém não quer ficar.
Como sabiamente disse o Herbert Vianna:
"Eu hoje joguei tanta coisa fora
Vi o meu passado passar por mim
Cartas e fotografias
Gente que foi embora
A casa fica bem melhor assim..."
Por hoje eu ainda estou puxando o ar, a cabeça tá latejando e foi difícil ir lá apertar o botãozinho de "deixar de seguir". Podia ter um desses no meu coração, né? 😬
Moral da história: tudo passa! Até uva. E a vida segue assim. Chegou a hora de superar essa também!
Muito obrigada, #DiogoDoCéu pelos 15 anos que me proporcionaste com uma bela amizade. Gratidão, também, pelas pessoas que trouxeste e escolheram ficar. É muito bom saber que Tu nunca vai me deixar.
Gabi D.
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