Hoje, eu tava numa espera para uma consulta, ja na parte interna, quase 1h de atraso e eu refazendo toda minha agenda em função da agenda da médica.
Um senhor que, já havia me negado um lugar na recepção, estava de novo nessa ante-sala, ocupando 3 cadeiras.
A dele, a da esposa e a da bolsa e exames Dela.
Me sobrou só uma, a quarta e única, ao lado dele.
Eis que abri-se uma porta e surgem duas senhoras, uma mais velha aparentava seus 75/80. E outra, que apoiava-se numa bengala, parecia ter seus 55/60.
Esta, conduziu a mais venha ao lugar que era da esposa do homizinho e com muito cuidado dizia: mãezinha, sente aqui que vamos esperar pra mostrar a médica.
Ele, por sua vez, não sabia se barrava a senhora, como fez comigo, se tirava a bolsa pra dar o lugar ou se ele mesmo levantava e daria. Até eu ameacei levantar pra dar-lhe o lugar. Não foi necessário. Ela só queria acomodar a mãezinha e ir ao banheiro.
Enquanto esperávamos, a senhora me viu lendo e perguntou se eu ainda estudava, foi a porta de entrada Dela, daí desatou a conversar.
Nesse momento lembrei de mainha, de Ocimara e Ocyara, elas são assim. Onde chegam puxam assunto, fazem amizade, trocam alguma experiência.
Reparei que ela tinha problemas de audição. Então, pulei pra cadeira do lado dela, assim não precisava forçar tanto pra ela me ouvir, já que ainda não tô 100% da voz.
Ela tocou meu ombro com tanta ternura, seus olhinhos brilhavam, era de uma lucidez tão incrível. Senti que o ES estava ali. 🙏🏽
Quase não acreditei quando sua filha disse que ela tinha 90 anos. 😳E que tinha os aparelhos de audição, mas não usava de teimosa.
Clarooooo que nessa hora eu briguei com ela. Disse: como a senhora tão jovem, lúcida, podendo conversar e ouvir sem dificuldades, prefere não ouvir?
Ela riu sem graça e disse que dava agonia, mas que ia usar. 🤔
Me contou que é de Bananeiras, tá viúva faz 2 anos, tem 8 filhos que estão espalhadas entre Bananeiras, Natal, João Pessoa e Mossoró. Aí contei-lhe que já morei em Mossoró. Ela disse: "minha filha, mas é quenteeeee, né? Última vez eu tirei a roupa toda e deitei no chão frio só de calcinha e sutiã." Rimos gostosamente. 🤣🤣🤣
O melhor da conversa foi ela perguntando: você anda por Bananeiras?
Respondi que não. Perguntei se era longe? Me disse: "duas horinha e meia. Apareça por lá."
Eu, encantada com ela, perguntei-lhe o nome? Respondeu, Jandira. Mas pode me chamar de Neném de Blasto. "Quando você chegar lá em Bananeiras tem duas neném, mas todo mundo sabe quem eu sou. Apareça lá."
A médica me chamou, fomos obrigadas a nos despedir, ela precisou tirar a mão do meu ombro. 😔 E eu senti uma coisa tão boa durante toda a nossa conversa que passaria o dia ali e mudaria qq agenda só pra ter mais alguns minutos com Dona Neném. De Blasto. Lá de Bananeiras.
#DiogoDoCéu encontra várias formas de chegar até a gente. Só precisamos estar de coração aberto e atento aos sinais.
Obrigada pelo atraso Dra. Betânia. Obrigada pela cia durante a espera, Dona Neném.
Obrigada, Deus meu, por me permitir viver essa experiência.
#SemeandoGratidão
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