Sempre que me vejo diante de
situações que envolve dinheiro, cobranças, o valor que a gente dá pra ele,
lembro de uma lição que aprendei lá pelos meus 11 ou 12 anos.
Toda vida que tinha uma festa eu
queria uma roupa nova e, não era qualquer roupa, eu só queria as roupas de “marca”.
Meu tio, Gordo, sempre procurava fazer meus gostos, eu era a preferidinha dele.
Até que uma certa vez, nem lembro qual era a festa, pedi-lhe dinheiro para
comprar uma roupa. Ele só me deu R$ 50. Eu peguei a oncinha e disse: - vou
fazer o que com isso?
Ele, bem direto, respondeu: -
Experimente ir na “cidade”. :/
Lá fui eu pra C&A da Rio
Branco, comecei a olhar as araras, algo que me agradasse. Provei algumas peças
e fui para o caixa, toda satisfeita. Depois segui para casa, balanço duas
sacolinhas. Feliz da vida. Cinquenta reais e eu comprei uma calça, uma blusa e
um short. Inacreditável. Dali em diante, dei adeus às roupas de “marca”.
Mas, esse texto de hoje não é
para falar das minhas experiências com dinheiro. Ou não só para isso. Quero
mesmo é compartilhar uma lição que aprendi com meu amigo Anjinho.
O que motivou foram dois exemplos
que presenciei na última semana:
No primeiro, o filho de um amiga
com seus 10 anos cobrou R$ 100 que ela estava lhe devendo.
Aí foi quando meu amigo sabiamente disse: “Meu pai me ensinou que pais/mães nunca devem dinheiro aos seus filhos.”
No segundo exemplo, uma amiga
desabafando que o filho, com seus 20 e tantos anos, tava reclamando por ter que
pagar algo que custava R$ 10. E emendou dizendo: “Deus permita que eu devolva
logo os R$ 60 que ele me emprestou, antes que ele me faça outra vergonha.”
Repare nos dois exemplos, o primeiro
ainda é uma criança, depende da mãe para absolutamente tudo. Enquanto o segundo,
é homem, adulto, independente, tem uma profissão, sua liberdade, vive viajando
e acabou de trocar de carro e faz sua mãe de empregada dele.
No que eles diferem?
O pequeno, se for ensinado e
absorver direitinho, levará a lição que lhe foi passada para o resto da vida. E
vai pensar duas vezes sempre que for cobrar à sua mãe. Enquanto o segundo, faltou-lhe
umas boas lapadas quando pequeno e, sobretudo, nunca deve ter vivido na
escassez, caso contrário, saberia valorizar as coisas e, principalmente, às
pessoas, sobretudo quando essa pessoa é sua mãe.
Nós nos transformamos em uma sociedade
de pessoas egoístas e pretensiosas, que só se interessa por poder, staus,
beleza e em sermos vistos como importantes. O ego anda tão inflado que
acreditamos ser superiores mesmo quando não estamos contribuindo com nada
relevante nem produzindo nada de valor.
Se a gente olhasse para trás com
o mínimo de humildade veríamos que foram os nossos pais que até bem pouco tempo
atrás nos sustentaram, nos deram oportunidade de estudar, de ter uma saúde de
qualidade, de ganhar presentes. E nunca tivemos que nos preocupar com quanto
aquilo custaria e como estavam as finanças da família.
- Quantas vezes seu pai passou um aperto para pagar sua escola e lhe comprar todo o material escolar necessário?
- Quantas vezes sua mãe teve que deixar cortar o telefone para poder comprar o frango do almoço?
- Quantas vezes você perdeu a noite de sono por causa dos boletos à vencer?
Não sabe, né? Eu tenho certeza que não!!!
O garotinho de 10 anos ainda tem
uma vida pela frente para poder aprender. Enquanto nós, marmanjos, se descermos
desse salto e colocarmos os pés no chão, quem sabe ainda dá tempo de recuperar
o tempo perdido.
Valorize quem daria a vida por
você. Quem faria de novo e de novo tudo para lhe ver crescer e triunfar.
Antes de quer parecer algo que você não é, seja um ser humano de verdade. Alguém que, ao olhar no espelho, você possa se orgulhar.
Gabi D.
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