Embrace




Palavra originalmente inglesa que traduzida para o nosso idioma significa abraço.

Embrace é, também, o título de um documentário da Netflix – plataforma mais popular da atualidade para assistir filmes e séries – estrelado pela Taryn Brumfitt, fundadora do movimento.

Há muito tempo eu tinha lido uma indicação sobre esse documentário, guardei pra ver depois e nisso, engolida pela correria do dia-a-dia acabei deixando passar.

Nessa última semana de férias me dei como meta ler bastante, assistir à pelo menos um filme por dia e comer tudo que eu pudesse, quisesse, aguentasse. Exatamente as coisas que eu mais gosto de fazer. #MeJulguem

Assistir à esse documentário me fez ter alguma certezas que, num primeiro momento parecerão clichês mas, para quem sofre com o peso, com a não aceitação do seu corpo e com os infinitos problemas emocionais que causam distúrbios alimentares, elas são de fundamental importância.

No decorrer do texto mencionarei algumas dessas certezas e irei discorrer sobre elas quando achar pertinente.

“Ame seu corpo pelo que ele é, pois é o único que você tem.” Ele é seu, mesmo com imperfeições, cicatrizes, gordo ou magro, preto ou branco, careca ou peludo.

Embora a sociedade hipócrita em que vivemos esteja determinando padrões, acredite, você não vai ser feliz tendo o corpo tachado de perfeito. Porque o que vale é o quem tem dentro.

Deixamos de comer, deixamos de nos divertir, deixamos de viver para entrar em padrões que farão os outros nos aceitarem, nos curtirem, nos aprovarem. Mas, e como nos sentimos de verdade?

Vendo cada história de vida, seus altos e baixos, a luta contra a balança, eu pude fazer um paradoxo com a minha própria história e acreditem, foi doloroso demais. É como seu fosse uma das protagonistas daquele documentário e estivesse vendo e tocando em cada um dos meus “defeitos”.

Num passado não muito distante eu era digamos que “normal’. Sempre tive muito peito e uma estrutura um tanto avantajada, mas era um padrão “aceitável”.

Então eu fraturei o joelho. Depois mudança de cidade. Comer na rua todos os dias era a oportunidade que eu tinha de fazer hora e não voltar pra casa e ficar sozinha. Quase uma depressão. Até que minha salvação foi voltar. A rotina de trabalhos foi crescendo, a correria entre um fixo de dia, uns freelancers à noite, shows no fds – seja trabalhando ou farreando - horários atropelados, tudo interferia diretamente na forma de viver e de me alimentar.  Não pude e nem queria me entregar. Descontava tudo na comida. Acho que engordei nos últimos cinco anos o equivalente à uma boa parcela da minha vida.

Na sequência veio a síndrome do pânico e um tempinho depois a crise de ansiedade, com ela os medos ficaram mais evidentes, a insônia, estresse e o emocional ficaram bem aflorados. Se não bastasse, recentemente me deparei com o esgotamento físico e mental. E num efeito dominó carrego tensões de punho, ombro, lombar; tenho uma compressão na cervical; convivo com uma lesão de tornozelo e uma inflamação aguda nos dois joelhos. Se dói? Vocês não podem imaginar o quanto.

“Você pode ficar deprimida com isso ou você pode encontrar um jeito de continuar a emanar esse brilho que tem dentro de você.”

Tenho 35 anos, há pouco mais de um mês bati quase os 90kg. Chorei. Me desesperei. Procurei ajuda. A Carbofit me acolheu super bem, embora eu esteja ausente. Minha psicóloga tem sido uma verdadeira mãe. Aílda, minha fisioterapeuta de RPG tem tornado minhas crises de cervical e lombar menos dolorosas. Minhas amigas me estimulam. Fiz um desafio da Renove e Juliana Galvão nutri que, só durou uma semana, mas me fez experienciar coisas e sabores novos.  

Se eu tô buscando o corpo ideal? Aquele que a sociedade aprova? Não mesmo. Já me acostumei a ser gordinha. Não tenho problemas em continuar sendo. A minha busca agora é por uma qualidade de vida decente. Preciso de força física para aguentar os rojões que minha atividade profissional necessita. Quero poder não precisar fazer fisioterapia em todos os membros e partes do corpo. Preciso passar por um plantão de 15 a 20h sem precisar de uma intervenção médica na veia. Quero poder dormir bem e acordar melhor ainda. Do contrário, qual o sentido da vida?

“Reverter as falhas é ótimo, aceitá-las é maravilhoso, mas já imaginou celebrá-las de fato?!”

Agora é aquele momento que você pensa: tá contando tudo isso para dar desculpas por ser gorda.

Sinto informar mas, não preciso de desculpas. Tô contanto tudo isso para você conhecer as pessoas e entender que cada uma delas tem razões para estarem na posição que estão. Seja pelas opções de vida, seja pelas escolhas. Isso não nos cabe julgar.

“Quando fazemos isso, damos o mesmo espaço para os outros. Paramos de criticar tanto. Os outros param de nos criticar. É um verdadeiro caminho para a paz. ”

Parece inacreditável que tantos de nós tenhamos perdido a perspectiva sobre o que realmente importa, né? Aí, vem a Taryn e nos apresenta a Turia Pitt.


Essa mocinha foi capaz de recriar uma nova vida para ela, da qual se diz realmente apaixonada. Sabe por que? Porque ela se acha/ considera / é de fato incrível! Caso você deseje conhecer mais sobre a Turia pode assistir ao documentário ou dá uma sacada no link que eu vou colar lá no final da página.


Por fim, eu gostaria de deixar claro que há 7,4 bilhões de pessoas na terra de diferentes formatos e tamanhos. Você só precisa ser você!

E, para fechar com chave de ouro, com a palavra Taryn Brumfitt:

“O propósito da sua vida não é ser um ornamento para ser olhado, mas sim, fazer e sentir e realizar e contribuir.”

Gabi D. 

https://pt.wikipedia.org/wiki/Turia_Pitt
https://www.netflix.com/br/title/80162341

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