Sem título!


Relutei muito para escrever sobre isso, ou seja, o cenário que estamos vivendo. Tanto que, nem título consegui dar ao texto de hoje.

Eu gosto de escrever sobre sentimentos, de preferência, os bons. Aqueles que edificam, inspiram, que nos abraçam através das palavras que transbordam do coração.



Vale ressaltar que esse texto não tem nenhum caráter partidário. Eu não tenho político de estimação, tampouco estou contaminada com o vírus cego da esquerda e nem com o vírus hipócrita da direita.

Até que eu vi a imagem abaixo e fiquei refletindo nela. Gente, o meu sentimento não é bom, mas não quero guardá-lo dentro de mim, porque aprendi que isso não faz bem. Corrói, machuca e nos faz gastar energia com o que não deveria. Preciso jogar luz em mim e, sobretudo, nesse mundão de meu Deus. Mais que isso, preciso que o maior número de pessoas faça o mesmo.



Os olhos do mundo estão voltados para a pandemia. E, isso, nos faz jogar pedras em todos os governantes, julgarmos todas as atitudes, termos preconceito com aqueles que testam positivo e, depositamos tanta energia nisso tudo que esquecemos da insegurança, do abuso infantil, da violência doméstica, dos preços exorbitantes, dos assaltos, assassinatos, suicídios, da fome, do abandono.

Recebi o texto abaixo num grupo de eventos que participo, não sei sua autoria, mas achei válida a reflexão. Espero que você não esteja contaminado com os vírus acima e possa absorver as palavras como o coração.

“Aquele que tiver a real solução para esse problema que atire a 1ª pedra !!!
Atire no Prefeito que fechou a cidade e mandou todos pra casa.
Atire no Presidente que pede pra abrir a cidade e a volta ao trabalho.
Atire nos médicos que pedem o isolamento social para evitar o colapso no sistema de saúde.
Atire nos economistas que pedem para voltar a rotina prevendo um colapso financeiro ....
O NEGÓCIO É ATIRAR PEDRAS !
Se voltar tudo a funcionar vai morrer quantas pessoas?
Se ficar em isolamento social vai morrer quantas empresas?
Vou responder:
Ninguém sabe!!
Quando um problema não tem solução, elegemos um culpado, um inimigo, um vilão...
Não! A culpa não é do Prefeito!
Não! A culpa não é do Governador!
Não! A culpa não é do Presidente!
Nem dos médicos, nem dos economistas e nem do Ministro da Saúde.
Eles estão tão perdidos quanto todos nós.
Tão perdidos quanto Donald Trump e todos os líderes mundiais.
Fomos pegos de surpresa sem manual de procedimentos. Cada um ACHA uma coisa, mas NINGUÉM tem certeza.
Então quem sabe não é a hora de parar de perder tempo atirando pedras e dando palpites, e começar a orar mais, amar mais, chorar mais, valorizar mais os AMIGOS e a FAMÍLIA ...
Chega de ódio!!!
Talvez seja essa a solução!!!”



 O fato é que estamos doentes há muito tempo. Não há cura para o desemprego, a fome, o desrespeito, a violência. Não se encontra na farmácia remédio que trate a falta de empatia e civilidade, nem florais que limpe o preconceito, a corrupção e a hipocrisia. Não existe vacina que impeça abusadores de agir, a ruindade de existir, os milicos de matar. (Não estou generalizando a polícia, nem todo fardado é herói).

Vamos aos números:

  • 320 crianças e adolescentes são vítimas de abuso, a cada 24 horas;
  • 5 mulheres são espancadas a cada 2 minutos;
  • 12,2 milhões de desempregados no primeiro trimestre desse ano;
  • 116% foi o aumento no número de suicídios em 2020;
  • 1º lugar de mortes por bala perdida, na América Latina, segundo ranking da ONU.

Acho que já são números suficientes para gente ter certeza do quanto estamos doentes. Basta dar um Google aí que eles saltam na sua tela, mas talvez você não se importe, afinal não é com você, né?

Entretanto, esse não é um texto sobre importar-se ou não. Isso você pode ler em (https://gabidamasio.blogspot.com/2019/11/por-que-e-tao-dificil-se-importar.html). É muito mais conveniente apontarmos culpados. Só não esqueça que somos todos. Pouco mais de 209 milhões com sua parcela de contribuição e/ou omissão diante desse caos que vivemos.

Então, que tal trocarmos o “apontar” por “lutar”? Ou você só molha o pezinho e não tem coragem de mergulhar? Você está preparado para essa conversa?

“Todos os dias morremos um tiquinho mais.”

Gabi. D.

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