Fiz uma escolha que, na
conjuntura atual, era a melhor que tinha. Saí da minha zona de conforto, das
quatro paredes da Budega da Gabis e aceitei um novo desafio.
Sofri. Chorei todos os dias do
primeiro mês. Tentava de todas as formas aceitar aquela nova realidade, mas eu
não me via nela. Perdi o ânimo, o brilho nos olhos, o tesão que sempre me move
em tudo que faço já não era mais evidente.
Começaram as dores – no corpo
todo –, uma crise de enxaqueca que durou 12 dias ininterruptos, o corpo parecia
estar em ebulição, tamanha era a pressão que eu sentia. Tremores, sudorese. Meu
amigo Riva já não era acionado só de vez em quando, era de vez em sempre. Todos
os dias, tinha dias que mais de um.
Vinha numa crescente de crises e
decrescente de tudo que contribuía pra eu lidar com elas.
Eu estava trabalhando mais de 15 horas por dia, infeliz e com dores que iam muito além do corpo. Fui perdendo as forças e alegria de viver. Logo eu que AMO a vida. Caí num poço bem fundo e não conseguia enxergar ninguém que pudesse jogar uma corda.
Então, só vi uma solução, pedir
pra sair. Me priorizar. Cuidar de mim. Mas, o quadro já estava muito caótico, o
esgotamento era físico, mental e espiritual.
A última semana foi muito difícil,
foram 67 horas sem dormir, mesmo com remédio, até que eu acabei com todos. Desmarquei
todos os compromissos, desliguei telefone, não abri o computador e, ainda
assim, minha agenda parecia não ter fim. Muitas coisas acumularam. Entretanto,
aos poucos, parece que vejo uma luz.
Um anjo chamado Júnior, lá da Reabilite, conseguiu um encaixe com uma nova psiquiatra que, por sua vez, me ouviu com atenção e não apenas tirou pedido, ela buscou entender tudo que se passou nesses últimos 2 meses, achou por bem mudar minha medicação e, aproveitei que a chave tava girando, voltei pra terapia que eu fugia há uma semana, porque tinha vergonha de encarar minha psicóloga.
Eu não sei como será amanhã, nem
quais consequências arcarei, estou buscando viver um dia de cada vez, fazendo
só aquilo que tenho vontade, mesmo que seja passar o domingo assistindo às
Chiquititas. Já tem duas noites que durmo normais, sem pesadelos. Também não
tenho tido dor de cabeça, a mente ainda tá confusa, o coração tá apertado, o
medo paira, mas #DiogodoCéu tem estado aqui, mesmo quando eu pensei não estar,
ele me fazia senti-lo.
Podemos perder muitas coisas,
outras nos são tiradas. Mas, a minha fé não vou deixar que me tirem. Pra você
que chegou até aqui, muito obrigada, por ter dedicado um tempo pra conhecer
além do que o Instagram costuma mostrar.
Compartilho esse texto com você
que, assim como eu, tem algo que te aflige, que dói e que pensa que estais
sozinho (a), não precisamos estar bem sempre. Podemos cair, fraquejar, chorar.
Importante é não desistir de tentar, por você, pra você, seja sempre mais você.
Gabi D.
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