Desde que começou o desafio, foi o texto mais difícil de escrever. Custei a me inspirar, são poucas as fotos que poderiam me nortear. Contudo, sempre que eu pensava no desafio, só me vinha a mente essa foto.
Nela estão Manedim, mainha e seus
“dez” filhos – meus tios/irmão – eu não estou. Antes eu pensava que ainda
estava na barriga, doce ilusão, quem tava lá era Obedes, eu ocupava mesmo era o
coração. E, por falar em coração, o de Dona Nair era enorme. Gentil, singela, humana
e generosa, a mãe que todo mundo gostaria de ter. Eu tive, por apenas 7 anos e
foram os melhores da minha vida.
De lá pra cá as coisas não foram
tão fáceis, me rebelei como toda criança que perde o que mais ama. E, como se
não bastasse, fiquei pulando de casa em casa, primeiro com Nega, depois com
Vovô, Onaldo e Obedes, depois Ocyara, depois Gordo, nas férias era com Osni,
Oberdan ou Ocimar... A lista é longa e eu seguia minha vida sempre procurando
vencer nela pra poder ter o “MEU LUGAR”.
Tive muitas mães, que jamais
poderia mencionar. Lembro de uma que faço questão de homenagear – Fátima, lá da
Condor – cuidou de mim quando não tinha ninguém pra cuidar, como é que eu posso
reclamar? Mainha foi, mas sempre cuidou pra ter alguém lá.
Embora a família seja grande, até
demais pra mensurar, acredito que foi no Natal de 97 a última vez a “fazer
questão” de se encontrar. Manedim ainda era vivo, eis o motivo. Daí, cada um
tomou seu rumo, sem matriarca e patriarca não tinham porque se juntar. Os encontros são raros, as trocas são
individuais e não macro. Cada um agora se concentra na sua família.
Contudo, sempre tem àquele discurso de “se precisar pode me ligar”, a gente no fundo sabe com quem pode, de fato, contar. A gente se fala, troca mensagens, pede um help à prima médica quando umas bolhinhas aparecem no braço, mas não é a mesma coisa de quando a gente não tinha com o que se preocupar.
Agora uma coisa eu não posso
negar – Ocyara e Ocimara – vieram pra ficar. Me ligam todo dia, chega a enjoar.
A verdade é que eu virei mãe das duas, agora é minha vez de descontar. Essa
foto é do réveillon passado, fiz questão de recebe-las no “MEU LUGAR’. Uma
forma de honrar e agradecer todo cuidado, amor e carinho que costuma me dar.
Para encerrar, gostaria de ilustrar com a imagem de um livro que ganhei – Quase tudo sobre mim – eu tinha que descrever minha família, a que mora comigo, a grande família de dois que com quem eu mais gosto de estar:
eu + Diogo do Céu + nosso lugar!
Gabi D.
Texto produzido para o 3º desafio do Clube da Escrita, ministrado pela @anaholandaoficial.
Comentários
Postar um comentário