Mulher Maravilha



Minha carne é de carnaval. Meu coração é igual. Fui muito agraciada de ter nascido em fevereiro. Amo a alegria que a folia de momo traz. Amava mais quando mainha tava aqui. Aprontava minha fantasia, me enxia de confete e serpentina, às vezes um punhadinho de farinha e lá ia eu me divertir.

Era tradição, o carnaval tinha que ser na Redinha. Praia do litoral norte potiguar. Misturava férias, aniversário e carnaval. A gente ia logo após o Natal. Três meses de uma energia surreal. Dos adultos, claro. Porque não era moleza não, dar conta de umas doze crianças e manter uma boa programação.

Tinha passeio, praia, prancha, piscina com água de poço, cocada, pipoca, algodão doce e muita diversão. Tinha dia que íamos para as Dunas, outros assistir ao desfile dos Cão – bloco carnavalesco da região.

Essa foto foi num dos meus aniversários, algo em torno dos três ou quatro anos, não lembro exatamente qual. Mas, não importa, quando não sou a personagem principal.

O texto de hoje tem uma razão especial. Aniversário de Mainha. Minha. Mulher. Maravilha. Mais. Mió. Que. Mingau. Eu queria dizer especial, mas além de redundante, não destaca o seu diferencial. Penso que foi daí que surgiu àquela máxima que nem todo herói usa capa. Ele é ela. E o seu super poder é amar além de onde o amor é capaz de alcançar.

Ela tem abraço que é casa. Colo que é lar. Passe o tempo que for, a senhora sempre será o meu cantinho bom de voltar.

 

Gabi D.

___________________________________________________________

4º desafio/Abril do Clube da Escrita, ministrado pela @anaholandaoficial.

O quarto desafio de Abril propôs a escrever sobre a seguinte entonação: “Saudoso como a infância”.


Comentários