O que é ser amigo?

Diz o dicionário que é aquele que ama, que demonstra afeto, amizade.

Então, é correto dizer que, se não demonstra afeto / amizade, não é seu amigo?

Antes de seguirmos nessa leitura vamos parar um pouco e fazer uma atividade, que serve bastante para uma boa reflexão. Na 1ª coluna listamos características que deve ter o amigo e transcrevemos para a 2ª coluna, quais dessas características já deixamos de ser em algum momento da nossa vida.

SER AMIGO É...

EU JÁ DEIXEI DE (SER)...

Presente

Presente

Gentil

Gentil

Verdadeiro

Amável

Amável

Pau pra toda obra

Honesto

Passar pano

Grato

Pau pra toda obra

Passar pano

Cúmplice

 

Como você mede seus amigos? Com a régua padrão ou a que você pratica? Se coloca no lugar dele? Faz a mea-culpa? Dar as costas quando não atende as suas expectativas?

Se for assim, o problema não está no seu amigo, está em você.

Ah... você esperava que ele agisse da mesma forma que você, né? Que fosse recíproco, certo? Acreditava que quando mais precisasse ele estaria lá pra você, como já fora ao contrário, acertei?

É bem doloroso, eu tenho conhecimento de causa. Mas, de novo, o problema está em você!


Que poder é esse que você dá ao outro para te decepcionar? Para sugar sua energia e frustrar a sua expectativa?

Repare bem, a expectativa, a energia, a tristeza são sentimentos seus (meus), não podemos entregá-los nas mãos de terceiros. Essas pessoas têm os seus próprios sentimentos para cuidar e, enquanto não os conhecer não saberá lidar com eles, tampouco com os nossos.

Existe sim amigos que não estão na mesma frequência que a nossa. Também tem aqueles que não faz por nós o que já fizemos por eles. Ou ainda, que nos dá as costas quando mais precisamos.

Se esse é o sue caso, tenho algumas opções:

ü  Tire ele do patamar de amigo. Simples e prático.

ü  Aceite, mas não repasse para o outro a responsabilidade pelos seus sentires. É resiliência pura.

ü  Dê as costas que nem fizeram com você. Assim vocês se igualam e, quem sabe por isso, sejam amigos.

Já pensou sobre isso? Quer mais uma pausa para reflexão?

Se você tá lendo esse texto e, sobretudo, chegou até aqui, tenho certeza que a opção 3 está descartada. Ainda bem! 😊

Outra lição que tiramos é que ninguém é responsável pelo que sentimos, quiçá pelas nossas ações e reações quando esperamos demais e/ou quando não sabemos lidar com as consequências disso.

Reconhecer isso é se reconhece. Sim, eu sei, você pode não gostar de olhar pra dentro, se deparar com toda a sua bagunça, contundo, é necessário. Essa faxina é sua e só sua e, te garanto, é restauradora.

“ – No meu caso, Gabi, não o fato de dar as costas que incomoda, nem as tantas vezes que ele deixou de ser leal, tenho consciência que isso diz mais sobre o meu ‘amigo’ do que sobre mim – me relatou um leitor – o que me incomoda é a energia dessa pessoa. É tão pesada que me leva a crer que todas as outras ações são consequência dessa energia. Ou talvez eu não queira enxergar o mau-caratismo mesmo.”


É, meu caro leitor, eu só posso dizer sinto muito, porque energia é tudo numa relação. E se a que vem de lá pra cá não tá te fazendo bem, é um tanto complicado até pra dar opções. Mas existem, sempre temos escolhas, talvez seja isso que me conforte ao escrever esse texto.

Vale salientar, as sugestões aqui propostas, podem não fazer sentido pra você / sua situação, ainda assim, seguem as opções:

ü  Já experimentou conversar? Muitas situações só precisam de um diálogo.

ü  Afaste-se sem dó nem piedade. Se blinde.

ü  Não vale a pena conversar, você já tentou e não teve abertura? Mande tomar no cu. Tem gente que só funciona assim.

Essa última foi pra deixar bem claro que você não precisa ser evoluído e educado a vida toda. Às vezes, é necessário colocar isso pra fora ou é você quem ficará com a energia ruim.

As pessoas tóxicas podem sim ter amigos, ser até mesmo seu/meu, por que não? A maioria delas está precisando muito mais de luz e acolhimento do que das costas, embora algumas seja mesmo a falta de um belo “vai tomar no cu”.

Pense bem na sua escolha e saiba lidar com as consequências dela.



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