Cara ansiedade,



Essa semana você reinou absoluta. Todos os dias me visitou e, como se bastasse vir por si só, você tem insistido em trazer junto a enxaqueca, as dores na lombar, no peito e aquela terrível e avassaladora falta de ar.

Isso tudo deveria tá me deixando bem cheia. De você. E estou. Contudo, o que prevalece é o profundo vazio que insiste em me inundar.

Tá doendo. Tô sofrendo. Combinamos que conviveríamos em paz. Sem guerra, em breve, sem remédios. Você prometeu fazer a sua parte. Eu tenho tentado, com todas as minhas forças, fazer a minha. Até mesmo quando estou sem força, continuo a tentar.

Eu já te acolhi, te recebi no meu corpo – que é o meu lar. A minha mente você insiste em querer dominar. Já lhe disse que não. Que aliadas podemos chegar a qualquer lugar.

Não venha querer me passar a perna. Não agora. Não depois de tudo que passamos juntas.

Vai me dizer que esqueceu? Tenho certeza que não. Quem apanha nunca esquece. E nós apanhamos um bocado.

Tenho certeza que ainda temos muito pra aprender. E apanhar. Sabe por quê?

Porque não somos de desistir. Podemos até desanimar. Mas, vamos sempre resistir.

Sabe àquela música do Moyseis Marques que eu amo?

“Sou de sorrir, de insistir até... onde for minha fé, ou me façam calar a voz...”

É a nossa música.

Dá um desconto esse fds, por favor? Deixa-me ler um livro em paz; tentar ver um documentário sem precisar pausar tantas vezes, porque você não me deixa concentrar; vai descansar um pouco pra eu tentar fazer o mesmo, sem ouvir o turbilhão do meu peito doído.

Me pego agora, escrevendo numa produção nada literária, pois preciso que isso saia de mim de alguma forma – mesmo que seja abrupta, afobada, triste – afinal, tem coisas que só saem da gente por escrito.

Tá tudo bem com a gente, não tô brigando, tá? Vai dar uma voltinha, sem pressa. Outra hora a gente se esbarra. A gente sempre se esbarra.

 

Bjo,


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