Estou esgotada. Uma sensação de
cansaço eterno que nunca cessa. E, pior, parece não ter fim. É como se os dias
fossem curtos pra tudo que eu preciso fazer. Ao passo que não tenho vontade de
fazer nada.
Porque a impressão que dá é que
de nada adianta. Tanto esforço, tanta criatividade, toda a dedicação, me parece
tudo em vão.
Viro a chave, busco força Deus
sabe de onde, tomo um impulso inacreditável, dada a delicadeza das minhas
articulações. Tiro o leite da pedra, me refaço, me reinvento, me redescubro.
No entanto, penso que isso é um
personagem que, eu já estou cansada de interpretar. Eu queria ter o direito de
parar. Colocar o mundo no mudo e por algum momento não ter nada para pensar,
fazer, escrever, estudar, criar... Ser.
Eu só queria ter o direito de não
ser. Não hoje, não essa semana, não esse mês. Pelo tempo que eu quisesse. Será
que isso é pedir demais?
Embora eu saiba que tudo isso é
de certa forma errado ou, digamos, que é a pior opção, ainda assim eu teria uma
escolha se eu pudesse.
Poderia escolher ser fraca,
derrotada, incapaz. Somada a ansiosa, chata, perturbada, grossa... É um combo e
tanto.
Mas, eu não posso ser. Eu tenho
que ser forte, batalhadora, assertiva, perspicaz, presente, disponível...
Sempre.
Eu estou cansada. Muitos estamos.
E eu não estou dizendo isso porque quero parecer algo que não sou. Não é isso.
Nem faz o meu perfil.
Eu só queria uns dias de folga,
tirar a capa de super herói ou o coturno e o colete de soldado de guerra. A
fantasia pouco importa.
O que fica são os cacos de uma
alma em pedaços. Destroços de uma verdade que machuca.
A minha verdade.
Gabi D.
Texto 9 - Para a comunidade de
Continuidade da Escrita Intuitiva do @gutanaka.
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