Viva a imaginação!

 


Você que chegou aqui crente que ia ler um conto erótico, sinto muito. Não será dessa vez que reescreverei a minha primeira vez com o “sóquera” (volte um texto). O máximo que lembro dessa noite é que tinha banheira, numa varanda à beira mar e de testemunha só a lua que, diga-se de passagem, tava linda.

Quando era pra animar, broxei!

Revirei todas as pastas, HD de backup, histórico de textos antigos do blog e, não teve jeito, dei mesmo fim a pasta com os textos da “Novelinha”. E então lembrei que, quando fui organizar o HD eu achei tudo aquilo tão idiota que joguei fora.

O que não joguei fora foi um poeminha que escrevi à época. (É ridículo, mas não cabe julgamento, ok Gabriela? Ok!)

 

“Meus olhos se encontraram com os seus

Minha mão suou e a perna tremeu

Aí tive a certeza

Que aquele era o amor

Que eu queria pra minha vida inteira

 

Agora o coração vagabundo

Volta a viver nesse mundo

Feliz por encontrar

Alguém pra lhe amar

 

E esse nosso amor

Começa com louvor

Pois tem o samba ao nosso dispor

A lua, o céu e o mar

Como espectador”

 

Peraí que fica pior, eu depois de guardar isso por um bom tempo, decidi botar pra fora, na mesma semana que resolvi ir embora da cidade.

Tanto tempo vivendo com isso, uma mistura de paixão e amor que me deixaram arriadinha, a ponto de não pensar em nada e ninguém, de não falar em outra coisa, só idealizava aquele amor. Alimentei isso dentro de mim, praticamente vivi esse amor – platônico – mas tava ali no meu coração.

Evitei o máximo que pude os locais que eu sabia que ele poderia estar, não entrei mais no seu Orkut, fingia não o ver no MSN, embora eu não tivesse coragem de falar mesmo...

Certa vez nos encontramos então pensei: eu já vou embora mesmo, não vou mais encontra-lo em todo lugar e não sou baú pra ficar guardar esse segredo, daí tomei coragem ou foi um momento de fraqueza, não sei bem, só sei que mandei uma mensagem dizendo o que eu sentia. Atitude insensata, infantil, sem noção, mas aquilo tava me consumindo tanto que, ou eu falava ou morria.

Sempre fui covarde, sempre fugi dos meus sentimentos pra não os encarar. Era (sou?) cheia de medo, insegurança. Dessa vez parecia que ia ser do mesmo jeito, porém, eu fiz diferente.

Falei da forma errada, na hora errada, mas falei. Talvez seja isso que importa, né? Agora tô mais leve, vou embora sem nenhuma pendência!

Essa epopeia de viver um amor imaginário aconteceu em 2009, lá se foram mais de 10 anos e eu ainda lembro com carinho dessa história, acredito que ele e algumas poucas pessoas souberam disso. Agora você é mais uma.

Espero de todo meu coração que você nunca se acovarde por amar. Nunca reprima o que sente. Tampouco se envergonhe.

Tão lindo quando a gente ama com todas as nossas forças, que não viver é até pecado, né?

“Você ainda vai ser a minha vida!!!”

(Sim, como toda história de amor, “a gente” tinha uma música.)

 

Gabi D. 

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Desafio 004Set do Clube da Escrita, ministrado pela @anaholandaoficial.

O quarto desafio de setembro nos propõe escrever um texto sem censura. A forma não importa. A única regra é: exceda. Se jogue. E, principalmente, não (se) julgue.

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