Você está pronto para embarcar?


Domingo, pós almoço, nada pra fazer – me permiti folgar – aquela zapeada pelo Instagram e me deparo com essa imagem no story de uma amiga.

Minha reação foi bem previsível: o emoji triste com a lágrima pingando. Tem sido assim de uns dias pra cá. Isolada, reflexiva, bad vibes, chorosa.

Mas, também, fiquei surpresa, com quem estava postando a imagem. Linda, jovem, MAGRA, good vibes, como alguém pode querer ser só passageiro com um mulherão desses?

Começamos um breve diálogo, ali pelo direct mesmo. Comentei que, pelo menos ela tinha passageiros, devia ser o aeroporto lá de São Gonçalo. Já eu, era o aero de Parnamirim, desativado.

Quando ela respondeu que preferia ser o de Parnamirim, desativado, assim doeria menos. Engoli no seco as minhas dores e concordei.  Não era uma competição. O momento era de acolhimento.

A gente julga, né? Acredita que, por alguém ser – linda, jovem, magra, gente boa –, não vai sofrer. As nossas (des) crenças e baixa estima nos pintam um fantástico mundo de Bob, que parece só não caber a gente mesmo.

 No aeroporto desativado, basta cuidar pra não virar escombros, cair no abandono, afinal, ainda está ali, de pé. Vai que um dia alguém decide reativá-lo? Você está pronta?

No aeroporto em atividade, há chegadas e partidas, todos os dias. Há voos adiados, cancelados, confirmados. Você conduz quem chega e quem sai. Você!

Repare que nos dois casos tudo começa em mim e em você? Será que estamos cuidando bem das instalações? Será que estamos conduzindo bem quem chega e quem sai? Será que estamos preparados para reativar o aeroporto parado?

A verdade é que nem todos estão preparados para embarcar. Talvez nem nós estejamos. Porque não conferimos a documentação do passageiro; ou porque colocamos ele na classe A, quando não passa de econômica; ou ainda, reativamos o aero considerando que vamos receber um Boeing 777 e não passa de um teco-teco que vive dando problema na turbina; por fim, o tempo não está favorável para viagens.

As razões são muitas, envolve fatores externos que mão podemos medir ou calcular. A única coisa que podemos e, digo mais, devemos, é cuidar dos fatores internos. Remarcar a viagem, recalcular a rota, ponderar prós e contras e, entender, que tudo, absolutamente está dentro de mim e de você.  

Depois disso, acredito que estejamos prontas para afivelar os cintos e só estará na cadeira do lado quem de fato merecer brindar essa viagem nas nuvens com a gente! 

 Gabi D.

 

 

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