Eu tenho TOC, detesto acumular algumas coisas, a saber: grupos de whats, conversas nas quais os assuntos já foram encerrados e e-mails. Minha caixa de entrada nunca passara de 10 a 15 e-mails.
Estou com mais de 100 e isso me
deixa tão mal, pois denuncia o quanto tô sendo negligente com coisas que me
fazem bem, como por exemplo, a newsletter da Ana e do Toco que recebo
semanalmente.
Hoje, enquanto fazia uma faxina
por lá me deparei com tantos títulos – quase todos – que eu sei que vou amar
ler. Refletir. Aprender.
Tem um da Ana Holanda, em especial que o título é: “Como escrever sobre
sentimentos”, eu nem abri AINDA e já tô aqui exalando eles. Me dei conta que é,
exatamente, sobre sentimentos que eu mais escrevo. Um tema que eu me
identifico. E, sobretudo, sinto.
Eu sinto tanto que, ao ver um e-mail
do Caderno da Gabi, onde o título
era: “Amor rima com...” DOR. Sim, foi a primeira coisa que me veio à cabeça.
Talvez porque esteja doendo. Tudo
ao mesmo tempo. Dói a indiferença, a falta de consideração, a sobrecarga,
pessoas alheias que não se importam. Dói o peito de tanto puxar o ar, os
joelhos que já não suportam me carregar, dói a cabeça por não dormir, dóis os
olhos de tanto chorar. Dói a alma por esperar dos outros o que não são capazes de
te dar.
E daí você pergunta em qual
esfera? Se fosse só no quesito amor, eu desenvolveria em cima do e-mail da Flávia Melissa que afirma: “Dedo podre não
existe”. Ainda bem que amor é o menor dos meus problemas, logo, eu respondo, em
todas as esferas. Parece um efeito dominó, basta um campo não tá bem, todos os
outros tendem a desandar. A vida é reflexo, né? E nós somos espelhos.
Felizmente aprendi com minha terapeuta
que eu não tenho poder sobre o outro. E, infelizmente, eu sou humana e longe da
evolução para entender isso sempre.
Então me deparo com o e-mail da Vida Simples que diz: “Já pensou em
desistir?” Eu poderia responder quer muitas vezes, de várias formas. Então
respiro fundo e lembro do e-mail do Toco que
traz o título mais encorajador: “Você precisa acreditar!”
Eu tenho tentado, gente, eu
converso, explico, peço, grito, mas parece que tô lutando sozinha contra tantas
coisas, sobretudo, comigo mesma. Eu sei que não posso mudar o outro e nem
quero, cada um que lute suas próprias batalhas, não é mesmo? Desde que não prejudique
nem magoe ninguém.
Eu queria muito calar, abstrair, ignorar,
me fingir de doida, afinal eu adoro um doido, mas essa não seria eu. E assim,
eu sigo – entre um gatilho e outro, noites insones, coração acelerado, dor no
peito, choros e cervejas – buscando não me culpar, nem maltratar, não me perder,
não me abandonar, para quando a Paula Abreu
afirmar: “Deus me abandonou” eu poder responde-la igual aprendi com a Ana: “Vem aprender comigo”. Ele não nos
abandona, a gente é que tende a enxergá-lo só quando as coisas vão mal, daí
vibra sempre numa frequência que puxa pra baixo e, quase sempre, nos cega.
Que o meu #DiogoDoCéu permita não
me chegar nesse nível. Porque se com Ele aqui já machuca assim, avalie sem?
O texto que eu nem sabia sobre o
que seria, falou sobre um tiquinho de tudo que tem me afligido, talvez assim
você consiga entender um pouquinho como é a mente de um ansioso. E, pra fechar,
eu trago a Luciana Pianaro com o
título: “Não sabemos mais pensar?” Não sabemos, não, Lu. Sobretudo no outro. Por
isso, eu recomendo, não julgue, tampouco desmereça o que a gente sente. Tudo
acaba doendo mais do que o normal.
(Se) Respeite. (Se) Acolha. Importe-se.
Sinta.
#DiárioDeUmaAnsiosa
Gabi D.
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