Uma esquina e tantas histórias...


 2022. 30 de julho. Era uma manhã de sábado, parada na calçada da Puro Trigo, ali na esquina da Floriano Peixoto com a Manoel Dantas, esperando uns banheiros que estavam atrasados para um evento que eu faria no Domingo.

Minha primeira reação foi reclamar, claro. Estavam atrasados e o taxímetro de Anderson – meu fiel escudeiro – tava rolando. Pior do que o atraso eram as mentiras quando eu ligava. Por um instante respirei fundo e olhei para aquela esquina.

Veio um filme inteirinho na mente. Talvez mais de um se eu desejasse fragmenta-lo. Mas, basta um. Com suas etapas/ fases da vida.

Comecei lembrado que ao lado daquela padaria era o consultório da minha primeira dentista, Ana Torquato, uma casinha branca, pequena, nem parecia clínica. Ainda está lá. A Ana, eu já não sei. Faz muito tempo.

Depois lembrei da Rua Primeiro de Maio e do Sítio do Picapau Amarelo, caminhos percorridos na minha infância / adolescência. Quando eu saía da R. Condor, atravessava a R. Gen. Gustavo Cordeiro e subia a primeiro de Maio para pegar a Floriano, depois a Deodoro e chegar ao CIC. Durante, pelo menos 3 anos, eu fazia esse caminho todos os dias. Inclusive aos sábados, quando íamos ao Nordestão comprar os lanches da semana.

Na volta da escola a gente sempre parava num cachorro-quente molhado, que ficava nesse canteiro em frente à UnP, para jantar. Nessa época ainda não se colocava carne moída no cachorro e o frango não era seco. Era o melhor cachorro da vida. Às vezes, mais raras, a gente comia lá no passaporte. Bonzão também. O cachorro não existe mais, mas o Passaporte véi de guerra permanece lá. E sempre que posso, bato o ponto.

Minhas histórias com essa esquina não pararam por aí. Ainda bem!

No ano de 2021 fui trabalhar exatamente no Ed. Leonardo, ficava em frente à UnP, onde tinha o carrinho do cachorro quente que eu amava. Embora nessa época já não tivesse mais. Amém!

Fiquei ali por cerca de um ano ou um pouco menos, pois a Oficina da Notícia mudou de endereço. Embora eu pegasse a Floriano todos os dias para ir ao endereço novo. Logo, continuava a ser meu caminho inevitavelmente.

No começo de 2005 voltei a circular pela R. Manoel Dantas, pois estudava na FARN e estava passando uma chuva num apartamento de uns primos, ali atrás da 96 FM. Mais uma vez não durou muito. Oh Glória. Não por eles, claro.

Depois disso, minhas idas por esse reduto foram reduzindo cada vez mais. E mais. Até cessarem. Já não tinha mais nada que me levasse ao lado de Petrópolis por esses caminhos. Salvo quando ia passar algum sábado na casa de Camilete.

Então, a manhã de 30 de julho de 2022 me trouxe esses sabores e, alguns, dissabores. Que, na ocasião, já haviam sido superados e, graças a Deus, tô em paz. Foram muitas lições. Guardo todas elas. Mais que isso, precisei de todas elas para ser quem eu sou hoje.

Guardei essa foto para escrever sobre, mas o fds e o mês seguinte foi tão tumultuado com os eventos daqueles benditos banheiros, que esqueci ela no meu rolo de câmera. Hoje, limpando-o, como faço todo domingo com as mídias e as conversas, achei.

Então, lembrei do tempo que não escrevo. Do quanto escrever me faz um bem dando. E daí, optei por começar por essa foto “perdida” no rolo e cheia de histórias que guardo na memória e no coração.

Estou de volta e espero que com intervalos mais curtos!

 

Gabi D.

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